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O deputado estadual foi denunciado por perseguição, ameaça e lesão corporal. Ele é acusado de violência doméstica pela ex, Cíntia Chagas
atualizado
O PT e o PSol apresentaram duas novas representações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na última sexta-feira (24/10), para pedir a cassação do mandato de Lucas Bove (PL). Também há um abaixo-assinado em andamento em apoio à causa. O deputado estadual foi denunciado à Justiça por violência doméstica contra a ex-esposa, Cíntia Chagas.
Cassação de Lucas Bove
- Anteriormente, em 26 de agosto, a Alesp arquivou (por seis votos a um) o primeiro pedido do PSol para a cassação do mandato de Lucas Bove.
- O Conselho de Ética realizou uma reunião extraordinária e avaliou a representação.
- Presidida pelo parlamentar Delegado Olim (PP), que votou pelo arquivamento, a sessão teve presença dos parlamentares Oseias de Madureira (PSD), Carlos Cezar (PL), Dirceu Dalben (Cidadania), Eduardo Nóbrega (Podemos) e Rafael Saraiva (União Brasil). Todos eles se posicionaram contra a invalidação do mandato de Bove.
- O voto a favor da cassação foi de Ediane Maria (PSol). Ela era a única deputada mulher e parlamentar de oposição presente na reunião.
O deputado estadual Lucas Bove foi acusado de agredir Cíntia Chagas. Ele teria atirado uma faca contra a então esposa depois que ela se negou a parar de jantar para tirar uma foto com a ex-primeira dama Michelle e o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante o casamento da filha do empresário Paulo Junqueira, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em agosto de 2024. Conforme a influenciadora relatou no boletim de ocorrência, a perna dela ficou ferida.
Bove teria cometido violência física pelo menos três vezes, entre agosto de 2022 e julho de 2024, geralmente com apertões, causando hematomas, lesões e humilhações públicas.
No mesmo período, segundo a denúncia do MPSP, Bove tinha o hábito de apontar uma arma de fogo para Cíntia, como “brincadeira”, enquanto fumava maconha. A promotoria classificou o ato como uma “intimidação ostensiva”.
Em um dos momentos, o deputado ameaçou a então esposa de agressão, com punho cerrado, e disse: “Você só não vai apanhar agora porque tem milhões de seguidores”.
Segundo os relatos de Cíntia, Bove tinha ciúmes excessivo e desconfiança, e chegou a fazer com que ela apagasse campanhas publicitárias por achar as imagens inadequadas. Ele também pedia prints e comprovantes para ter certeza de onde ela estava e se estava acompanhada.
Após a separação, em agosto do ano passado, Bove passou a ameaçá-la de morte, inclusive para amigas dela, e a perseguir a influenciadora. Ele teria utilizado advogados e a própria equipe para entrar em contato com Cíntia e usado números de telefone da Alesp para ligar para ela após ter sido bloqueado.
Atualmente, o parlamentar está impedido de se aproximar a menos de 300 metros da ex-companheira. Ele também não pode ligar, enviar mensagens de texto nem mencioná-la nas redes sociais. O processo tramita na Vara de Violência Doméstica do Fórum do Butantã, na capital.
Em nota, a defesa de Cíntia afirmou que a denúncia oferecida pelo MPSP “representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima”.
Segundo a advogada Gabriela Manssur, a denúncia formal reafirma o que “sempre sustentaram”: “Que não há espaço para o abuso, para a impunidade e para o uso do poder como instrumento de opressão”.
A defesa acrescentou que não se conforma com “o vazamento contínuo de informações a respeito do processo, que possui segredo e sigilo judicial e é alvo de comentários da citada Cíntia Maria Chagas”.





