texto escrito por: Carlos Alberto dos Santos Cruz
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil
Ontem, em todo o mundo, as imagens da guerra no Rio de Janeiro.
O crime organizado é muito mais do que um caso policial. É quase uma força armada; uma força rebelde; uma força de guerrilha. Ela não pode ser considerada civil. É organizada e se comporta como uma força de combatentes criminosos, com armamentos diversos, planejamento, orçamento, drones armados etc.
Ontem, foram enfrentados por uma polícia heroica e corajosa, em ação de combate tipicamente militar, com policiais mortos e feridos em ação, seguindo em frente com equipamentos deficientes, sem estrutura de saúde e evacuação em combate, sem estrutura logística operacional, tendo dificuldade até para desobstruir ruas e estacionar em frente aos hospitais para socorrer seus feridos.
Vimos também a população civil sob risco de danos colaterais, mortes, ferimentos e prejuízos patrimoniais.
É INACEITÁVEL O DOMÍNIO TERRITORIAL de partes do território nacional por uma força criminosa. E agora? Vai continuar a ocupação do espaço e a perseguição? Ou vai parar por aí?
É HORA DE ACABAR COM ESSE DOMÍNIO TERRITORIAL. Isso não acontece apenas no Rio de Janeiro. Está ocorrendo em diversos pontos do Brasil.
A razão da existência de governos e instituições é a POPULAÇÃO. Se não for isso, o governo não precisa nem existir.
É medíocre a politização, considerando que a força criminosa cresceu por conta de governos que proibiram a polícia de subir os morros ou da Justiça que impediu ações por causa da Covid-19. Ridículo! A IRRESPONSABILIDADE GOVERNAMENTAL É HISTÓRICA. Ela permitiu a formação de aglomerados absurdos, sem urbanismo razoável, sem serviços públicos mínimos, sem presença do Estado. A história ofereceu à população inúmeros candidatos vagabundos como opções nas urnas, os quais se tornaram governantes criminosos, corruptos, quase sem nenhuma consequência.
A irresponsabilidade é dos governantes, dos políticos, dos corruptos de todos os níveis, do Legislativo, do Executivo, do Judiciário, do Ministério Público e da sociedade tolerante. A população não tem opção. Ela é obrigada a suportar o controle pela força criminosa, a extorsão, o estupro e a humilhação pela falta de serviços públicos (segurança, transporte, saúde, educação, limpeza, água e esgoto etc.).
E a polícia tem que pagar essa conta toda?
E hoje? Vai continuar a ocupação, melhorar o ensino e a merenda escolar? O atendimento médico nos postos de saúde? O funcionamento das delegacias? O transporte público? A limpeza pública?
Ou vai continuar tudo na mesma? Se nada mudar, foi apenas a abertura de vaga para promoção na força criminosa.
E como fica o sacrifício dos heróis mortos e de suas famílias, dos policiais feridos e dos que combateram? E talvez de algum inocente morto ou ferido pelo efeito colateral e seus familiares?
E a CORRUPÇÃO cúmplice das forças criminosas? Vai continuar pedalando na orla da praia e fazendo academia na Barra, Ipanema ou Copacabana? Ou talvez um ou outro aposentado obrigatoriamente com algumas dezenas de milhares de reais?
O Estado tem que se fazer presente, em um projeto amplo, mesmo que, para isso, o confronto e o uso da força sejam inevitáveis. O Estado tem que mostrar DETERMINAÇÃO. Ele tem que combater a força criminosa permanentemente e proteger a população. Isso tem que acontecer no Brasil inteiro. Todos os poderes (federais, estaduais e municipais) e instituições devem estar comprometidos com sua principal tarefa: servir à população.
Da mesma forma, a CORRUPÇÃO tem que ser combatida permanentemente e com intensidade, pois ela tem íntima ligação com as forças criminosas. A CORRUPÇÃO TAMBÉM É CRIME ORGANIZADO.
É preciso acabar com a politicagem, as considerações teóricas, respeitar a lei e fazer a lei ser respeitada. Usar TODAS AS FORÇAS contra a força criminosa e a corrupção.
Que o sacrifício dos policiais mortos em combate, dos feridos e dos que lutam todos os dias heroicamente, mal pagos e mal equipados não seja apenas mais uma etapa da irresponsabilidade histórica dos governos, dos poderes, das instituições e da tolerância social.
Brasília, 29 de outubro de 2025
Carlos Alberto dos Santos Cruz






Uma resposta
Parabéns General Santos Cruz pelo raciocínio perfeito .